A coroação do bicampeão nacional como “rei da montanha” foi feita sob o signo de mais uma demonstração de talento e rapidez do piloto do Porto que rodou sempre acima da concorrência, rematando da melhor forma uma época perfeita.
A receita parece ser tão perfeita que por mais que a repita, nunca falha.
Rui Ramalho voltou a só usar uma subida de treinos por dia e a resolver a questão da vitória absoluta numa rampa em apenas duas subidas de prova. Mas desta feita alinhou na terceira e última, como brinde aos adeptos e momento de comemoração.
Como melhor crono, obtido na 2ª subida de prova, o piloto do Osella PA2000 EVO2 estabeleceu 2.17.666, com os números das milésimas a serem uma espécie de mensagem “diabólica” a atestar o domínio total de Ramalho nesta rampa e em toda a época.
No final mostrava-se “muito feliz não só com mais esta vitória mas sobretudo por poder ter oferecido à minha equipa, principalmente ao meu irmão Paulo, uma época só com vitórias. Foi um ano perfeito!”.
Quem também terminou da melhor forma a época foi José Correia.
O piloto e líder da JC Group Racing Team comemorou a obtenção do 2º lugar no campeonato absoluto com posição igual nesta Rampa de Boticas, vencendo obviamente a Categoria GT. Longe de Ramalho, deixou também a concorrência a uma distância confortável, estando sempre muito forte na condução do Nissan Nismo GT3 GTR.
Já a luta pelo último degrau do pódio em Boticas foi sem tréguas e até ao último fôlego.
Protagonistas do duelo Luís Nunes, Manuel Correia e Nuno Guimarães.
Numa primeira fase, Nunes e o seu Audi RS3 LMS reservaram o lugar mas os 3 partiram para a terceira e derradeira subida de prova, separados por cerca de 3 segundos, com o piloto do Audi ainda em terceiro, Correia em quarto e Guimarães em 5º
Aí, nos derradeiros 5100 metros, Nuno Guimarães foi de “faca nos dentes” com o seu BRC CM02 e “assaltou” o pódio, realizando um “tempo canhão”, suplantando os rivais e chegando assim ao almejado pódio absoluto, na 3ª posição.
E Luís Nunes cairia mesmo duas posições, já que Manuel Correia (Ford Fiesta R5+) melhoraria a sua marca e assumia assim a 4ª posição da geral e a vitória entre os Turismo e na sua Divisão 2. Nunes foi assim 5º, triunfando na Divisão Turismo 4.
Joaquim Teixeira (Seat Leon Eurocup MKII) fechou a época com mais um triunfo na Divisão Turismo 3 e o 6º posto da geral. Um vez mais foi muito rápido e consistente na defesa das cores do Bompiso Racing Team.
Já detinha o estatuto de revelação da época mas voltou a provar toda a sua valia. Gabriela Correia realizou uma prova de altíssimo nível. A jovem de 16 anos do JC Group Racing Team faz o que quer do Seat Leon MKII e é já um valor seguro desta modalidade. Em 2019 vai com certeza cimentar o seu estatuto de “Princesa da Montanha”!
Bastava-lhe alinhar para garantir a vitória na Divisão Turismo 1 mas Parcídio Summavielle (Renault Clio R3) esteve em Boticas para tentar mais um triunfo, encetando com Pedro Coelho Saraiva, a estrear um Ford Fiesta R5 da RMC, um duelo fantástico ao longo de toda a prova.
Pedro Coelho Saraiva acabou por vencer, com o todo o mérito e Parcídio sai de Boticas com a vitória final na Divisão no seu bornal.
No campeonato de Portugal de Clássicos de Montanha JC Group tivemos um vencedor que se estrou nesta condição em 2018.
Ricardo Loureiro impôs o seu Ford Escort MK II ao Ford Escort MKI de Augusto Vasconcelos, cabendo a Rui Gama (Austin Clubman MKII) reclamar um degrau no pódio, ao terminar em 3º.
Na Taça de Portugal de Montanha 1300, Leonel Brás (Citroen AX) esteve igual si próprio, sendo sempre o mais forte. Atrás de si, José Oliveira levou o Toyota Yaris ao 2º posto.
O piloto já merece voos mais altos e parece ter vontade de ar o salto em 2019.
Nos clássicos com cilindrada até 1300cc, José Pedro Figueiredo assinou mais um triunfo, na frente de Domingos Fernandes (Autobiachi A112 Abarth).
A Rampa de Boticas integrou ainda uma prova regional, vencida por Sabino Pires, aos comandos de um Renault Clio RS.
Em termos organizativos, esta edição 2018 de Boticas saldou-se por um grande êxito. Muito público, celeridade no ritmo das subidas e uma organização sempre a postos e à altura dos acontecimentos, cimentando a sua justa ambição de vir a acolher o FIA Hill Climb Masters em 2020. Bem o merece.
Cai o pano sobre a época de 2018 do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group. Motores desligados, num tempo que agora será de comemoração e descanso.
Mas vai demorar pouco tempo para ficarmos com vontade de começar a época de 2019!