Num segundo dia de prova que decorreu sem paragens, nem sobressaltos, o campeão nacional absoluto em título impôs a potência do seu Osella.
Depois da tempestade, veio a bonança.
Às más condições meteorológicas de sábado, que estiveram na origem da interrupção prematura de uma das subidas e à anulação de outras duas, sucedeu uma bucólica manhã de domingo, com a chuva apenas a fazer aparições esporádicas, acompanhada pelo nevoeiro que, sobretudo na subida oficial de treinos e, embora sem tanta intensidade, na 1ª subida oficial de prova, se tornou em mais um fator de acréscimo de dificuldade para os pilotos.
Foi uma jornada praticamente imaculada.
Nenhuma interrupção, nenhum acidente ou problema mecânico de maior, permitindo à caravana da montanha voltar a brindar os milhares de espetadores que, tal como no dia anterior, acorreram à serra que bordeja o Santuário da Penha, com um magnífico espetáculo.
Com o piso a secar gradualmente e a temperatura a subir ligeiramente, foi lógico que os tempos fossem baixando, subida após subida, com a esmagadora maioria dos pilotos a realizar o seu melhor “crono” já na 3ª e derradeira subida de prova.
Se a chuva de sábado o fez ser cauteloso na única subida que realizou, a manhã de domingo trouxe à liça competitiva o Rui Ramalho de sempre.
O campeão nacional absoluto de 2017 fez 4 subidas sem qualquer mácula e com um andamento cada vez mais forte.
Então, quando chegou a hora da verdade, com o cronómetro a contar para a classificação final, o piloto do Osella PA2000 EVO2 forçou cada vez mais o andamento, foi batendo a melhor marca sucessivamente e chegou a uma vitória tão justa quanto suada, que o coloca já e de novo como o grande candidato ao título de 2018.
No final, Rui Ramalho atribuiu o triunfo “à calma com que enfrentámos as más condições de sábado, que serviram sobretudo para eu me habituar à afinação de piso molhado, o que deu frutos nas subidas de domingo. Aqui, com a pista a permitir, cada vez mais, colocar a potencia do meu Osella no chão, fui forçando, sem erros e, felizmente, consegui vencer como era o meu objetivo”. O campeão nacional quis ainda “dar os parabéns ao João Barros e ao Manuel Correia que estiveram incríveis, forçando-me a andar forte e valorizando a qualidade que este campeonato está a ostentar e que cresce, ano após ano”.
Mas nunca será demais destacar a exibição de João Barros.
Nesta sua aparição esporádica nas lides da montanha, o conhecido piloto de ralis esteve sempre na luta pela vitória final, terminando a menos de dois segundos de Rui Ramalho, sendo um justo segundo classificado e um merecedor vencedor da Categoria Turismos.
Destacado que aqui ficou o vencedor desta categoria destaquemos os demais “proprietários” do pódio.
Foi também um Ford Fiesta a “máquina” que mais perto rodou do Ford Fiesta R5 de João Barros.
Falamos do “vitaminado” R5+ de Manuel Correia que terminou a prova a 7,5 segundos de Barros, numa excelente operação quanto ao campeonato da sua categoria e coroando a sua excelente exibição com o 3º lugar absoluto final nesta 40ª Rampa da Penha Paisagem Protegida.
O terceiro lugar nesta categoria foi assegurado por um endiabrado Hugo Gonçalves, sempre rápido e eficaz aos comandos de um Subaru Impreza. 8,5 segundos foi a diferença que ostentou no final em relação ao vencedor.
50 centésimos de segundo.
Eis a ténue diferença que separou os dois primeiros na Categoria GT.
Gonçalo Manahu venceu a primeira prova da temporada, assumindo assim as suas pretensões ao título. O piloto do Porsche 997 GT3 foi o mais rápido das duas primeiras subidas mas quase que era surpreendido no tira-teimas final por Adruzilo Lopes, em carro gémeo, segurando a vitória por autêntico “piscar de olho” temporal.
José Correia nunca conseguiu colocar no chão a potência do Nissan GTR e quedou-se pelo terceiro posto, a 5,6 segundos do vencedor.
No que respeita ao outro título nacional que este ano será atribuído, um nome se destacou: José Pedro Gomes.
O conhecido causídico nortenho esteve “intratável” aos comandos de um bem preparado Ford Escort MK II e dominou a seu belo prazer a geral do Campeonato de Portugal de Clássicos de Montanha JC Group.
Atrás de si, coube a Flávio Saínhas assumir o papel de “delfim”. Sempre rápido com o Ford Escort MKI, Saínhas terminou em 2º, a 7,6 segundos de Pedro Gomes, enquanto Ricardo Loureiro permitia à Ford monopolizar o pódio absoluto entre os clássicos, colocando o seu Ford Escort MK II no 3º lugar, gastando mais 13,3 segundos do que o vencedor, no somatório das duas melhores subidas de prova.
Na Taça de Portugal de Montanha 1300, Armando Freitas dominou e venceu com toda a autoridade, aos comandos do seu Toyota Starlet.
A versão da taça reservada aos clássicos, papel idêntico foi desempenhado por Abel Marques (Autobiachi A122 Abarth), que triunfou sem qualquer oposiçãoo.
Integrada no programa, estava ainda a Rampa Regional.
5 pilotos à partida e 5 no final.
Daniel Silva (VW Polo) foi sempre o mais rápido e venceu com 6, 4 segundos de vantagem sobre Ricardo Oliveira, ao volante de um Mitsubishi EVO VI.
Selou o pódio, na terceira posição, Nuno Boavida, num Renault Megane N4.